O tempo
tem me estimulado a novas
conexões e a olhar pela janela,
todas as manhãs.  


Talvez queira me provar
que a paisagem,
sugerindo consistência, sempre flui
e que os dias acinzados
me reportam aos
afetos esmaecidos
nos porões de minha alma,
conquanto haja luz,
lá fora,
contrapondo-se à sombra. 


Pois luz e sombra são polos
de uma mesma essência,
indeclináveis em nossa existência.  


Não há noite sem dia
e nem dia sem luz.
Ah! O tempo… 

  (Teu é o dia, e tua também é a noite.
Salmos 74:16).


Poetisa, ocupante da Cadeira 19 da Academia Rio-pretense de Letras e Cultura – ARLEC. Autora do livro “Charlotte Maria, Filha de Lobos”.