A ocupação da região onde surgiria cidade de Bady Bassitt teve início por volta de 1830, quando os irmãos Manoel e José Gonçalves de Souza, vindos de Minas Gerais pelo rio Tietê, instalaram suas famílias nas terras banhadas pelos ribeirões Fartura, Borá e Cubatão. Dentro desta vasta região, surgiriam várias cidades, e um delas foi povoado de Borboleta.
Os primeiros moradores da região de Borboleta chegaram por volta de 1890, liderados pelo fazendeiro Antonio Manoel da Silva e sua mulher Maria Cândida de Jesus, que ergueram a primeira casa de pau-a-pique com o auxílio dos cunhados José Henrique de Oliveira, Sebastião Vaz de Lima, José Manoel Gonçalves e Camilo Apolinário de Morais.
No dia 2 de outubro de 1912, a Câmara Municipal de Rio Preto decidiu criar uma escola preliminar masculina no bairro Borboleta, nas fazendas Campo e Borá. Foi também, nesta época, que Camilo Apolinário de Morais instalou a primeira casa comercial, incentivando Antonio Manoel da Silva e Maria Cândida de Jesus a doarem um pedaço de terra para a formação do patrimônio de São Sebastião e consequente construção de uma capela e a fixação de um cruzeiro, propiciando as condições para a formação do povoado de São Sebastião de Borboleta.
A doação do terreno aconteceu em 1912, mas foi concretizada somente em 13 de fevereiro de 1914, data considerada como marco da fundação de Bady Bassitt. O povoado foi se formando com certa rapidez e, em 14 de dezembro de 1919, o prefeito de Rio Preto, Victor Brito Bastos, nomeou Camilo Apolinário de Morais como zelador do cemitério da povoação de Borboleta.
Na edição de nº 56, de 6 de julho de 1912, o jornal A Cidade, de Rio Preto, registrou em “Notas e Notícias” que “diversos moradores do bairro da Borboleta, vieram à nossa redação e informaram-nos que acha-se em mau estado a estrada que desta cidade vai ao referido bairro, principalmente no trecho compreendido pelo Patrimônio, impediram nos reclamar providências da Câmara Municipal.”

Versão da fundação de Borboleta, por Lourenço da Silva Pontes, filho de Antônio Manoel da Silva e Maria Cândida Jesus, fundadores de Bady Bassitt. A versão está no site oficial da Câmara Municipal:
“Dizia Lourenço da Silva Pontes, que seus pais eram proprietários de gleba de terras composta de 50 alqueires nas fazendas Borá e Campo, e que, quando entraram para abertura das referidas terras, estas eram de pura mata-virgem e não havia nenhuma estrada. De início, derrubaram parte da mata e ali construíram uma modesta casa de pau-a-pique, onde fixaram seus domicílios, como contavam, isto foi acontecido no princípio da última década do século XIX, auxiliado pelos seus cunhados: José Henrique de Oliveira, Sebastião Vaz de Lima, José Manoel Gonçalves e Camilo Apolinário de Morais, além de outros, ou sejam: Domingos Moreira, Miguel Anastácio, Francisco Teodoro Junior, Joaquim Custódio, Antonio Carneiro, Lúcio Moreira e Jeremias Pinto.
Na divisa das duas fazendas, ali corria um córrego que foi dado a denominação de Córrego Borboleta, motivo de haver na passagem da estrada velha uma enorme quantidade de Borboletas que sobrevoavam sobre a margem do referido córrego, ficando mais tarde também com o nome de BORBOLETA, o povoado iniciado pelo fundador. A referida área de terras, constituída de duas glebas, tinha suas divisas e confrontações da seguinte forma: por uma lado com José Henrique de Oliveira e Camilo Apolinário de Morais, e por outro com o córrego Borazinho, mais tarde chamado Pé da Barra, e pelos fundos como o Córrego Borboleta, com a denominação de Fazenda Borá, era constituída de dezesseis alqueires e meio, e que dividia-se por um lado com Sebastião Vaz de Lima e Jeremias Pinto, e por outro, com José Henrique de Oliveira, pela cabeceira com Lúcio Moreira, e pelos fundos com o Córrego Borboleta.
Aconteceu que em 1908, faleceu sua esposa, Maria Cândida de Jesus, deixando os seguintes filhos, todos menores: Luiz, Lourenço, Augusto e Maria, sendo esta a mais nova. Em seguida, requerendo o inventário, o inventariante só reservou para si o usifruto do já citado imóvel, ficando o terreno para os herdeiros acima mencionados. Como não havia estrada para Rio Preto, foi aberto uma que chegasse até ela, partindo da estrada velha, na altura da propriedade de dona Balbina, cuja estrada atravessou a referida gleba Campo na direção de Rio Preto, onde ali passavam os habitantes da região que iam fazer suas compras. A estrada passava por onde é atualmente a Rua Visconde de Cairu, com a denominação anterior de Rua Joaquim Francisco de Oliveira. Pouco depois, Camilo Apolinário de Morais enviuvou-se com o falecimento de sua esposa dona Maria Eufrásia de Jesus, deixando cinco filhos menores, e Antonio Manoel da Silva, o fundador, querendo ajudá-lo por ser seu cunhado por parte de esposa, mandou construir para ele uma modesta casa com três cômodos, feita de madeira e barro, coberta com telhas comum, à margem da nova estrada, onde hoje fica a Rua Visconde de Cairu. Nessa pequena casa o Senhor Camilo Apolinário de Morais instalou uma venda de secos e molhados, indo comprar suas mercadorias em Cerradinho, onde hoje é a estação de Catanduva, que na ocasião estava a ponta da estrada de Ferro Araraquarense, isso antes do ano de 1.912, sendo portanto, o primeiro comerciante a se estabelecer no povoado de Borboleta.
Nessa época, por conselho de um amigo que o animara, Antonio Manoel da Silva (fundador), fez doação de um alqueire de terras para a fundação do Patrimônio de São Sebastião de Borboleta, onde foi construída a primeira capela. O terreno de doação, pertencia aos seus filhos e herdeiros, portanto, coube a seu filho mais velho Luiz Gonzaga de Pontes, casado com Antonia Gabriela de Oliveira, outorgar a referida escritura de doação. Para que seu filho não ficasse prejudicado com a doação feita por seu pai, este compensou com gado o valor das terras que passaram ao Patrimônio. Esse fato deu-se em 1914, como pode-se provar através de Certidão do Cartório de Registro de Imóveis.
Criado o Patrimônio, fazia-se necessário um Cemitério local, e o doador do mesmo foi Antonio Manoel da Silva, onde foi construído dentro de meia quarta de alqueires, ou seja, três mil e vinte e cinco metros quadrados de terreno, cujo fechamento por lascas de madeiras de aroeira, onde ainda hoje permanece o Cemitério Municipal de Bady Bassitt, com diversas alterações, inclusive nicrotério, fazendo face por um canto na divisa do terreno que foi de Sebastião Vaz de Lima, que por sinal hoje existe uma Rua da cidade com esse nome, cujo terreno atualmente é propriedade de herdeiros de João Pedro Paulino, pessoa também bastante antiga do Município. A parte de terras que pertenceu a herdeira Maria Cândida de Pontes, que foi casada com Gentil Batista de Carvalho, parte essa de sua herança, foi adquirida pelo Senhor Lourenço da Silva Pontes e sua esposa Ana da Silva Pontes, a muitos anos depois. Já como proprietários dessa área, aconteceu que havendo necessidade de aumento do terreno do cemitério, que pertencia ao Município de São José do Rio Preto, prontificou-se em adquirir de Maria Cândida de Pontes, três lotes de terrenos com um total de dois mil e novecentos metros quadrados, pelo valor de “um conto e quinhentos mil reis”, para que fosse procedido o devido aumento do cemitério, fazendo o pagamento da importância combinada em três prestações de “quinhentos mil reis”, e para comprovante a vendedora deu três recibos da citada quantia ao Município, que era São José do Rio Preto, e, em seguida foi o terreno de doação e compra, fechado todo de muro de tijolos e portão com grades de ferro. Quando o Senhor Lourenço da Silva Pontes e sua esposa venderam os terrenos de sua propriedade ao Senhor José Lourenço, reservaram na escritura o direito do Município de Bady Bassitt – ex-Borboleta, do terreno pertencente ao Cemitério local, para receber em doação, por escritura de doação e compra.
Julgando não ser justo, como está na escritura de doação do terreno para o Patrimônio, que dá Luiz Gonzaga de Pontes, casado com Ana Gabriela de Oliveira, vem desfazer a dúvida, e para a devida correção, juntou certidão de casamento, através do qual se pode verificar que Luiz Gonzaga de Pontes foi casado com Antonia Gabriela de Oliveira, e não conforme constou com Ana Gabriela de Oliveira.
(…)
A lei municipal de 25 de abril de 1974, reconheceu oficialmente Antonio Manuel da Silva como fundador do município.”


Fonte: dicionário rio-pretense – a história de são josé do rio preto de A a Z, 1997; a cidade 1912; álbum illustrado da comarca de Rio Preto, página 933; disponível em <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/badybassitt/historico> acessado em 11/05/2023;