Em 18 de agosto de 1944, o interventor de São Paulo, Fernando Costa, baixou o decreto-lei 14.139, desapropriando 620 alqueires de terra de 51 pequenos proprietários rurais em São José Rio Preto, para instalar a Escola Prática de Agricultura – EPA. Era uma reivindicação da Associação Rural (atual Sindicato Rural), presidida na época por Solon da Silva Varginha que, três anos mais tarde, foi eleito deputado estadual. Em 19 de julho 1944, Fernando Costa e Adhemar de Barros haviam visitado Rio Preto para uma festa política, marcando o início das obras, na administração do prefeito Ernani Pires Domingues.
As obras e a implantação da escola estavam sob a responsabilidade do diretor Flávio Palestino. Fernando Costa deixou o governo em 26 de outubro de 1945 e o novo interventor, José Carlos de Macedo Soares, apesar de ter sido o patrono do cinquentenário de São José do Rio Preto, um ano antes, não se mostrou interessado  em concluir o projeto da EPA. Adhemar de Barros tornou-se governador em março de 1947 e, apesar de todos os esforços rio-pretenses, também não levou adiante a conclusão das obras. Três anos depois, em abril de 1950, ele enviou projeto de lei à Assembleia Legislativa solicitando autorização para vender os 620 alqueires da EPA para imigrantes. A Câmara Municipal de Rio Preto reagiu contra a pretensão de Adhemar, com o vereador Alberto Andaló liderando o protesto, exigindo a construção da EPA e de um aeroporto no local.
Em 27 de março de 1951, o vereador Felippe Lacerda cobrou na Câmara pressão política junto ao novo governo estadual, de Lucas Nogueira Garcez, para concluir as obras da EPA. Lacerda ressaltava que, “desde 1948, esta Casa vem solicitando o término desta obra”. Foi aparteado pelo vereador João Mangini,  informando que a EPA estava em construção. Dois meses depois, em maio, a imprensa anunciava que a EPA iria se tornar penitenciária. A cidade reagiu contra. Em 15 de maio de 1951, Felippe Lacerda sugeria a formação de uma comissão especial, integrada até pelo prefeito, para ir ao governador Lucas Garcez e impedir que a EPA fosse transformada em penitenciária. Em 11 de setembro de 1951, Lacerda anunciava na Câmara que a Secretaria de Viação e Obras Públicas do Estado havia aberto concorrência para as obras de adaptação do edifício da EPA para a implantação de uma  penitenciária agrícola. Ele defendia  uma participação da Câmara contra a iniciativa do governo estadual. O vereador  Bady Bassitt sugeriu então que a Câmara acionasse o deputado Cenobelino de Barros Serra, na Assembleia Legislativa. Poucos dias depois, em 22 de setembro, o governador Lucas Garcez visitava Rio Preto, recebendo oficialmente uma comissão de vereadores, encabeçada por Bady Bassitt, que pediu a conclusão das obras da EPA. Os vereadores tentaram mostrar ao governador que a cidade e a Câmara eram contra a transformação do projeto da escola em penitenciária agrícola. O governador prometeu pensar nos desejos dos rio-pretenses, acalmando os ânimos dos mais exaltados. Prometeu, mas não cumpriu.
Em março de 1952, o vereador Aloysio Nunes Ferreira denunciava na Câmara que tinha informações concretas de que a EPA estava realmente sendo construída para abrigar uma penitenciária, mas foi aparteado pelo vereador Francisco Felipe Caputo que dizia que a penitenciária seria construída em Gonzaga de Campos. Em 26 de março de 1955, a Associação Rural, presidida por Luiz Duarte da Silva, iniciou campanha pública contra a transformação da EPA em Instituto Penal Agrícola – IPA. Menos de um mês depois, em 19 de abril, o agora deputado estadual, Bady Bassitt, confirmava, em forma de denúncia, na Câmara, que a transformação da EPA em IPA era um ato de represália de Jânio Quadros por ter perdido para Adhemar de Barros em Rio Preto na eleição para governador.
Dias depois, em 3 de maio, a Câmara aprovou moção do vereador José Jorge Cury contra a instalação do IPA, com os votos contrários dos vereadores Daud Jorge Simão, Orvásio Rossi Tancredi e Antônio Damas. Apesar de tudo, o sonho da EPA finalmente chegou ao fim em 18 de julho de 1955, quando a cidade recebeu o primeiro grupo, com trinta presidiários, oficializando a instalação do IPA, cujas obras haviam sido concluídas sob a supervisão de Noel Dias Corrêa. O promotor de justiça, Javert de Andrade foi nomeado diretor do IPA.

 


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